2005/10/10

Verdade não dita ou Mudança ir-reversível


Júlio César Ferreira - Banco de jardim

Quando da verdade que precisa ser dita olho a olho, cara a cara, decidimos, algumas vezes, deixar que o tempo dite o caminho certo a ser tomado, talvez para não ter de arcar com tamanha responsabilidade. Mas é angustiante ter de se conformar com silêncios, quando se queria tudo simples e claro. O se habituar com palavras que não vêm, seguidas de atitudes também confusas, instiga-me a simplesmente continuar sem querer saber das respostas.
O inevitável, então, grita aos ouvidos, desejando que não viva de interrogações, e uma ilusão alimentada por talvez ou quem sabe: ácidos que corroem desejos e esperanças...

Entristece-me ter de ocultar sentimentos simplesmente por que decidiram que vai ser assim, e eu não fiz parte disso.

O que resta, então, é um banco solitário, o final da tarde, o sol despedindo-se de mais um dia abafado, e eu, pensando no que poderia ser re-feito.
Mas não adianta. Outras coisas agora fazem sentido. Enquanto muitas, de estagnadas, tornaram-se irreversíveis.

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