2009/01/11

|Momentos|

Gil Garcia

Existem momentos em que deveríamos calar as vozes de fora, de dentro, e permitir que apenas o coração se comunique, ainda que ele escolha silenciar. Esses são presságios de tempo que por si só bastam. Bastam-se. Se bastam. A si.

E eu fico tentando tocá-los, possuí-los, como se entre nós não houvessem mais fronteiras, mais todas essas limitações de amplidão e prenúncios de algo escondido, como um sorriso ou uma lágrima fugidia... Mas ele escolhe não silenciar, mais uma vez. Prefere permanecer nessa arritmia de oras gritar, oras balbuciar, oras sorrir ou oras simplesmente se esquecer de mim. De nós...

Mas eu vivo cada um desses momentos, e sorrio a cada movimento que brota do peito, porque sei que esse é o tempo eterno que dura o suficiente para não se perder em mim. E se fixa na tênue linha da paixão e do medo, para depois esmaecer de mim, como o breve instante de um suspiro ainda inacabado de saudade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário