2010/11/09

Sobre um querer

Diego Freitas - Unopen (olhares.com)

Cansei de paixões avassaladoras, de perder o fôlego e bambear as pernas e não saber mais pensar em nada. Quero um sentimento que vá nascendo devagarzinho, na tranquilidade da palavra, na sinceridade do sorriso, na certeza das horas, na boca de quem diz que gosta e é de verdade, vem de dentro, pulsa no peito. Quero algo que me impulsione a fazer planos, a mudar rotas se for necessário, a arriscar um passo a mais, ou talvez a dar um passo para trás. Quero pedir desculpas quando errar e não ser mal interpretada por isso. Quero também desculpar sem guardar mágoa, sem que a cicatriz fale mais alto do que o carinho. Quero não criar expectativas nenhuma para não me decepcionar, e sim, me surpreender. Porque o amor é assim, leve, pequeno, e vai se tornando um gigante, engole a gente e de repente eu sou o meu avesso, melhor e mais tua. Amor quietinho que começa no abraço e cresce pra não caber mais no mundo. Porque ele nasce assim, sendo plantado, cultivado, cuidado, desejado... daí nos surpreende, mas logo depois a gente entende e se entrega, porque é recíproco, é plural, e porque dessa vez vai valer a pena.

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