2013/01/26

In-seguranças


Porto de galinhas - PE

Por vezes somos inundados por inseguranças: é um vazio que bate, é a falta de algo, os sonhos parecem perdidos. Digo inundados porque acabo por quase naufragar numa maré de questionamentos: será que vai dar certo? Será que consigo? Será que é para mim? É como estar à beira, à deriva, na angústia de um sonho que quase se perde, quase não acontece e quase não me parece um dia ser real. À mercê de sentimentos assim, ficamos vulneráveis à palavra, ao afeto. São momentos em que o silêncio é preferível: prefiro escutar o urro das dúvidas, o grito das incertezas, as ondas ferozes da confusão, ainda que me causem ansiedade e medo. Quase desvaneço, quase adormeço e quase me perco do que um dia me foi um sorriso, um carinho da vida, um beijo do destino. Transbordo dúvidas, suspiros, e, já cansada, penso nas promessas que fiz a mim: permanecer, insistir, perseverar, ou quaisquer sinônimos de simplesmente não permitir que dias nublados e sentimentos traiçoeiros me roubem a paz. Há dias de incertezas, mas eles passam, dando lugar aos dias de bonança. É importante viver os dois. Então espero pelos dias ensolarados, em que desperto disposta a rasgar o céu, a transpor o que for, só para alcançar e ver o colorido dos sonhos mais bonitos tornarem-se palpáveis, reais, e poder chama-los de felicidade.

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