2013/04/15

Retornos


Foto: desconheço autoria

Se de retornos e voltas fosse feita a minha vida, aí sim eu esqueceria de tudo o que sonho, tudo o que almejo, todo o novo que espero, e desaguaria na mesmice dos dias, no passar dos mesmos minutos, no mesmo passo de dança. Mas é de curvas e retidão que descobri ser mais viva, mais sonhadora, mais romântica. É mirando os acostamentos que percebo que, se quiser, posso voltar e tudo seria como antes, ou melhor, ou pior. Mas não, não me permito ser mais em círculos, sem fim. É necessário o seguir reto e levar, do passado indiferente, algo de bom, de singelo, alguma certeza de ter valido a pena. Não valeu a pena o meu esforço sem nada em troca, mas valeu a aprendizagem de não mais regar uma flor com lágrimas, mas sim com uma esperança apaziguadora e não idealizada. O passado não me prende, não me fere, não me faz chorar, ao contrário, me ensina o que preciso e estou aprendendo. Nem que para isso seja preciso o grito. 

Mas eu aprendo, ah, se aprendo.

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